sábado, 22 de junho de 2019

Assédio sexual: 65% das vítimas se calam por medo de demissão

Pesquisa nacional realizada com mais de 3 mil profissionais, homens e mulheres, revela novos dados sobre o assédio sexual no trabalho 


A maior parte das vítimas não denuncia

Uma nova pesquisa sobre assédio sexual no trabalho, realizada pela Talenses, confirma uma realidade que precisa mudar. Mulheres vítimas de assédio sexual no trabalho não denunciam o crime por medo de serem demitidas. 
O levantamento foi realizado com 3.215 profissionais de diferentes segmentos de mercado, homens e mulheres do Brasil todo, sendo  77% deles de São Paulo.
Entre as mulheres da pesquisa, 34% afirmaram que alguém já se valeu de uma posição de hierarquia para obter vantagem ou favorecimento sexual delas no trabalho —  entre os homens o índice cai para 12%. Das mulheres que relataram ter passado pelo assédio sexual, 79% foram vítimas de assédio sexual verbal, 19% de assédio sexual físico e 2% não especificaram.
A relação de superioridade intimida as vítimas

A relação de superioridade intimida as vítimas

Reprodução
Em 98% dos casos de assédio sexual, o agressor é um superior hierárquico: 51% foram cometidos por um superior hierárquico que não é o gestor direto, 41% deles são gestores diretos e apenas 2% são pessoas com cargo mais abaixo.
Extamente por causa dessa relação de superioridade, 65% os casos não foram reportados. Os motivos para não denunciar são: medo de ser demitido (30%), receio de nada acontecer com o agressor (28%) e sentimento de culpa por achar que provocou o assédio (5%). 
Apenas 35% dos participantes da pesquisa afirmaram que reportaram o ocorrido. Os meios utilizados foram o gestor direto (34%), um canal de denúncias específico para este fim (29%), o RH (28%), o Departamento Jurídico (4%) e outros (5%). 
O assédio verbal é o mais comum

O assédio verbal é o mais comum

Reprodução
Nem tudo, porém, é impunidade. Segundo os participantes que afirmaram ter denunciado o ocorrido, 27% disseram que o caso foi  houve investigação e o agressor foi penalizado.

Em outros 27% dos casos, a empresa pediu sigilo sobre o episódio e nada aconteceu com o agressor.  Nada foi feito também em 26% das denúncias. A solicitação de sigilo da empresa com penalização do agressor ocorreu em 20% dos casos.



Fonte: R7.com

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