sexta-feira, 17 de julho de 2020

Opinião: Quando o erro se manifesta

"Situações difíceis podem atingir as amizades, a intimidade das famílias, as associações, as corporações empresariais e até mesmo as comunidades cristãs. Confira um referencial para lidar com conflitos e embaraços nos relacionamentos."

Por Uriel Heckert

Relacionamentos podem ser maculados, gerando grandes conflitos e embaraços. Situações difíceis podem atingir as amizades, a intimidade das famílias; também as associações, corporações empresariais e até mesmo as comunidades cristãs. Tenho aqui em vista especialmente as ocorrências que envolvem decepções, ofensas, traições e outras ligadas a deslizes morais. 
Não é raro que elas aconteçam, pois todos somos humanos e propensos ao erro. Temos sobre nós a avaliação da própria Palavra de Deus: “Todos pecaram e carecem da glória de Deus” – Romanos 3.23. Por um tempo, tais atitudes escusas podem passar despercebidas. Porém, como o próprio Senhor Jesus advertiu, “não há nada encoberto que não venha a ser revelado, nem oculto que não venha a ser conhecido” – Mateus 10.26. 

As repercussões podem ser devastadoras. Amizades são rompidas, casais e famílias são destroçados, sociedades são desfeitas litigiosamente, grupos cristãos são maculados. Um rastro de culpa, revolta e ódio podem permanecer por longo tempo, alimentando dor e sofrimento. Portanto, as tratativas que cercam tais situações merecem ser cuidadosas e sempre individualizadas.

Processos judiciais podem arrastar-se indefinidamente; e em alguns casos, quando cristãos estão envolvidos, tudo pode culminar no doloroso processo de disciplina eclesiástica. Qualquer de nós pode ver-se arrastado inesperadamente a isso, seja como réu, algoz, testemunha ou juiz. 

Como contribuição à condução de situação assim, ocorrida anos atrás, elaborei o referencial que apresento abaixo. Que ele sirva de norteamento quando somos levados a lidar com embaraços e litígios, desejosos de nos conduzir com sabedoria e prudência, sob a direção do Espirito do Senhor. Ei-lo:
CÓDIGO DE DISCIPLINA - Capítulo I - Dos Princípios
Art. 1º - "Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento" - Mateus 22:37.

Art. 2º - "Ame o seu próximo como você ama a si mesmo" - Mateus 22:39.

Capítulo II - Do Processo
Art. 3º - "Se o seu irmão pecar contra você, vá e repreenda-o em particular. Se ele ouvir, você ganhou o seu irmão" - Mateus 18:15.

Parágrafo único - "Se o seu irmão pecar, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe" - Lucas 17:3.

Art. 4º - "Mas, se não ouvir, leve ainda com você uma ou duas pessoas para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda questão seja decidida" - Mateus 18:16.

Art. 5º - "Se ele se recusar a ouvir essas pessoas, exponha o assunto à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considere-o como gentio e publicano" - Mateus 18:17.

Capítulo III - Da Sentença
Art. 6º - "Quem de vocês estiver sem pecado seja o primeiro a atirar uma pedra" - João 8:7.

Parágrafo único - Não havendo alguém que se enquadre no dispositivo acima, a sentença é: "Vá e não peque mais" - João 8:11.

Capítulo IV - Disposições Complementares
Art. 7º - "Se alguém for surpreendido em alguma falta, vocês, que são espirituais, restaurem essa pessoa com espírito de brandura. E que cada um tenha cuidado para que não seja também tentado" - Gálatas 6:1.

Art. 8º - Revogam-se todos os Manuais, Códigos e Leis anteriores e posteriores.

Ass. - JESUS CRISTO, Nosso Senhor.

Uriel Heckert, doutor em psiquiatria pela Universidade de São Paulo, professor aposentado da Universidade Federal de Juiz de Fora e um dos fundadores do Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos.

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