Especialista dá dicas para quem perdeu espaço durante a pandemia ou já busca há mais tempo uma recolocação. Seguir ou não a mesma profissão é um ponto chave na decisão | Freepik |
A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus trouxe grandes desafios, tanto para quem está empregado e luta para se manter na ativa, quanto para aquela pessoa que está há bastante tempo fora do mercado de trabalho. Mesmo com as empresas adotando medidas como, por exemplo, rodízios de colaboradores ao longo da semana e o home office, como forma de evitar novos desligamentos, o fato é que as oportunidades de trabalhos estão mais escassas durante essa conjuntura.
No meio do caos e da instabilidade financeira, profissionais de diversas áreas que estão em busca de recolocação no mercado podem estar levando mais tempo para fechar o desejado contrato empregatício. Mas o que possível fazer neste momento? O DIÁRIO conversou com um especialista que deu orientações para que o foco não seja perdido e nem as buscas pelas oportunidades interrompidas.
Segundo o diretor da empresa Trainner RH, Thallys Ferreira, nesse primeiro momento é importante que o profissional tenha em mente se os interesses para a sua carreira ainda são os mesmos. “O mercado muda rapidamente. E, em casos de pausas grandes na carreira, é natural que os objetivos também tenham mudado. Por isso, é fundamental que essa pessoa se atualize e entenda se ela ainda tem os mesmos interesses anteriores a esse intervalo”, argumentou.
Enquanto busca pela nova oportunidade, o especialista diz que a reciclagem profissional precisa ser constante. Sendo assim, é fundamental a atualização por meio de treinamentos e cursos para estar com as melhores práticas em dia. Outra dica dada pelo diretor é reativar os contatos antigos com ex-colegas de trabalho, o famoso networking. “Essas pessoas que conhecem o potencial daquele profissional são importantes também nesse processo de busca, e podem estar ajudando ou indicando possivelmente para uma vaga que esteja aberta”, orientou.
Sobre a expressão para se referir ao tempo que a pessoa está desempregada, Thallys conta que isso é uma questão relativa. E que tudo pode depender da área de atuação ou que ocasionou a pausa na carreira. Mas somente essa comprovação pode dizer se esse tempo fora é muito ou pouco. “Deve-se haver sempre uma justificativa para essa pausa. E é interessante até que se tenha para que, em um momento posterior, seja apresentada em uma entrevista”, observou.
VOLUNTÁRIO
O diretor da Trainner RH diz que o desenvolvimento de um trabalho voluntário neste intervalo também pode ajudar no processo de recrutamento. “A gente sempre indica o voluntariado para as pessoas porque ele se insere também como experiência. E isso é visto até com bons olhos e levado em consideração por muitos recrutadores”, afirmou.
Trabalhador deve manter a autoconfiança
Ainda que as ofertas de vagas sejam poucas para o momento, Thallys destaca que o profissional deve manter a autoconfiança atrelada à vontade de retornar ao mercado. “Primeiro de tudo é saber se o profissional tem os requisitos para se candidatar aquela vaga que surgiu. Se tiver todos os atributos, é confiar em si e no seu potencial. Não esquecendo também de treinar sua oratória para o ‘se vender’, como costumamos falar”.
O especialista aconselha que durante uma entrevista a pessoa conte sua trajetória e justifique o período de afastamento. “Se ele foi por causa de um espaço para se qualificar, é preciso que isso esteja sinalizado também no currículo”, sugeriu. “A falta de oportunidades que o mercado deixa a desejar, também pode ser destacada de forma mais informal durante uma entrevista. E não esquecer de verbalizar a vontade de se recolocar no mercado”, lembrou o diretor.
Além de todos os pontos abordados anteriormente pelo entrevistado, outra coisa que o profissional precisa ter atenção é referente às empresas que pedem para que o mesmo indique a pretensão salarial. Thallys lembra que na crise do ano de 2018 se teve uma redução salarial que permaneceu até mesmo na retomada das contratações. “Talvez nesse momento a gente também tenha essa repetição durante e pós-pandemia. Então, a orientação é que as pessoas possam fazer suas buscas comparativas em diversos sites existentes, até mesmo para que ela não esteja deslocada do que o mercado hoje está trabalhando”, finalizou.
DOL
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