sexta-feira, 19 de abril de 2019

Mais de mil ataques a igrejas e símbolos cristãos na França foram registrados em 2018



O incêndio da Catedral de Notre-Dame de Paris jogou luz sobre os casos recorrentes de vandalismo contra igrejas em toda a França. Um levantamento apontou que, em 2018, houve mais de mil ataques contra templos cristãos no país.
O número exato, 1.063 ataques registrados em 2018, representa um aumento significativo de 17% em relação a 2017, quando foram 878 casos.

“Quase ninguém escreve ou fala sobre os crescentes ataques a símbolos cristãos. Há um silêncio eloquente, tanto na França quanto na Alemanha, em relação ao escândalo das profanações e à origem dos perpetradores. Nem uma palavra, nem mesmo o menor indício que de alguma maneira poderia levar à suspeita sobre os migrantes… Não são os perpetradores que correm o risco de serem mal vistos e sim aqueles que ousam associar a profanação dos símbolos cristãos à chegada de imigrantes. Eles são acusados de ódio, discurso de incitação ao ódio e racismo”, informou uma reportagem do portal PI News, publicada no dia 24 de março de 2019.
Ainda segundo a matéria, vândalos estão profanando, defecando e incendiando igrejas por toda a Europa Ocidental. Somente nos meses de fevereiro e março, das muitas profanações ocorridas em igrejas da França, apenas as ocorrências em quatro templos foram registradas pela mídia local.
Antigamente descrita como “a filha mais velha da igreja”, tamanha a identificação com o cristianismo, a França hoje se vê ocupando as manchetes como destino de imigrantes, em sua maioria muçulmanos, e por manifestações violentas marcadas pelo antissemitismo.
Antes do incêndio na Catedral de Notre-Dame, a Igreja de St. Sulpice, o segundo maior templo cristão em Paris, passou por um episódio semelhante, que trouxe atenção sobre os recorrentes ataques a igrejas em muitas cidades menores. “Quem ouviu falar do saque do mosteiro de Saint Jean des Balmes em Aveyron? Dos adolescentes que urinaram na fonte de água benta da igreja em Villeneuve de Berg, em Ardèche?”, perguntou a revista parisiense Le Figaro na semana passada em um artigo que destacava algumas das profanações menos conhecidas em todo o país neste mês.
“As imagens do incêndio na igreja Saint Sulpice neste fim de semana são mais um exemplo da violência cometida contra os católicos”, disseram Philippe Gosselin e Annie Genevard, referindo-se ao incêndio em um edifício conhecido pelos cinéfilos de todo o mundo por ter servido de cenário para o filme O Código Da Vinci, inspirado no livro homônimo de Dan Brown.
Incidentes como estes recebem uma breve menções na imprensa, com citações de católicos chocados com o cenário de vandalismo, como nos casos das estátuas decapitadas, e às vezes pequenas reportagens das emissoras de TV do país.
Entre os ataques às igrejas em fevereiro, uma cruz de excrementos humanos foi encontrada na cidade de Nimes, uma estátua de Maria foi destruída em um subúrbio de Paris e uma estátua de Jesus decapitada no balneário atlântico de Saint Gilles, chamado Croix de Vie (Cruz da Vida).

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